SUJEIRAS MISTURADAS Um era mecânico, vivia sujo de graxa; o outro era servente de pedreiro, vivia sujo de terra. Um deles, não importa qual dos dois, assim como o outro, sentia os efeitos das dificuldades causadas pela pandemia e pela economia, que os atingiu em cheio. Um deles, não importa qual dos dois, precisava de uma casa, pois estava já há algum tempo sem moradia. Tentara, por diversas vezes, encontrar um teto que o acolhesse, mas sempre acontecia algo de errado. O outro tinha uma casa e estava disposto a dividi-la. Ambos se beneficiariam no negócio. A casa ficava no centro. Bem no centrão, mesmo. O que não tinha onde morar ficou muito feliz com a possibilidade de ter um teto para dividir com alguém, mesmo que isso o obrigasse a viver com as sujidades do anfitrião. Era uma situação muito conveniente. Ele, não importa qual dos dois, embora também vivesse sujo, se considerava limpo. O mesmo sentimento habitava os dias daquele, não importa qual do...
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