O QUE
FAZ, OU NÃO FAZ, UM GENOCIDA?
Assisti
ao filme “QUO VADIS, AIDA”, que retrata um episódio sangrento da história. A
guerra deflagrada após o fim da federação Iugoslava, produziu, segundo
estimativas, 200 mil mortos e 2 milhões de refugiados, entre 1992 e 1995.
No
filme é contado um episódio, já no final daquela guerra, em que num único dia o
regime liderado pelo presidente Sérvio Slobodan Milosevic, que ficou conhecido
pela alcunha de Carniceiro dos Balcãs, exterminou quase 9 mil habitantes de
Srebrenica, uma pequena cidade que contava na ocasião com cerca de 30 mil
habitantes (hoje tem menos de 3 mil), em mais um ato daquilo a que se deu o
título de limpeza étnica. Milosevic morreu no cárcere antes de seu julgamento por
crimes de guerra.
Milosevic
é o exemplo mais claro do que uma pessoa faz e que lhe garante o título de
genocida: Mata ou manda matar seres humanos.
Vamos
agora pensar no que uma pessoa não faz e ainda assim lhe garante o título de
genocida.
A
pandemia do Novo Coronavírus tomou o mundo em poucos meses e causou em torno de
2,8 milhões de mortes, sendo que um quinto dessas mortes aconteceram no Brasil.
Quase 550 mil, no momento em que escrevo este texto.
Alguns
países tomaram medidas duras de isolamento logo no início da pandemia e
conseguiram conter com sucesso o avanço da doença. São os casos de China,
Coréia do Sul e Nova Zelândia. Outros, tiveram sérios problemas com alto número
de casos e de mortos, mas também tomaram medidas firmes para diminuir esses
números, casos, por exemplo, de Itália, Inglaterra e Alemanha.
Há
também os casos de países onde os governos apostaram fortemente no
desenvolvimento de vacinas e, tão logo as houve disponíveis no mundo, começaram
os processos de vacinação, como foi o caso de Israel que muito cedo se destacou
com altos índices de vacinação, e, consequentemente, baixos números de infecção
por Covid-19.
O
Brasil era tido até 2019, como exemplo em capacidade de vacinação. Ocorreu,
porém, que o Governo Federal, capitaneado por Jair Bolsonaro, assumiu como
política de combate à pandemia, a indicação de medicamentos comprovadamente
ineficazes contra o vírus, e a negação em relação às vacinas. Negou-se, ainda,
o presidente, a tomar medidas duras de isolamento e distanciamento social, como
forma de prevenção contra a infecção. Foram várias as ocasiões em que o
mandatário maior do país desdenhou do uso de máscaras e medidas de prevenção. Deixou
claro, também, que não compraria vacinas, especialmente aquelas que tivessem
adversários seus como promotores.
O
resultado disso, é que tivemos diversos casos de aglomerações ao longo do
último ano e é certo, também, que houve um enorme atraso no início da vacinação
no país, e que se tivesse sido iniciada na mesma ocasião de outros países,
evitaria a morte de centenas de milhares de brasileiros.
Em
resumo, tudo aquilo que Bolsonaro não fez, o transforma em um dos maiores genocidas
de todos os tempos.
Ele fez os 2: ação e omissão. Omitiu como está bem descrito no texto e agiu adotando a imunidade natural de rebanho. A política da morte.
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