SERÁ QUE VAI PEGAR?

Hoje me pus a pensar nisso de forma insistente.

Lembrei-me da minha infância, quando minha mãe me levava para tomar vacina contra a varíola que era aplicada com um pedaço de vidro cujo nome não sei. Arranhavam meu braço com esse vidro e imagino que colocassem a vacina no ferimento produzido.

Os dias seguintes eram dedicados à expectativa de saber se a vacina ia ou não ia pegar.

Quando o local da aplicação ficava inflamado e doendo minha mãe ficava feliz da vida e dizia exultante: Pegou!

Eu não conseguia entender como é que alguém podia ficar contente com algo que me trazia dor e desconforto. Não sabia ainda, que aquilo era o sinal de que vacina havia produzido o efeito que dela se esperava, que era trazer proteção contra a varíola, que na antiguidade impingiu muito sofrimento à humanidade. Consta que em 460 AC, por exemplo, a varíola dizimou um terço da população da Grécia.

Amanhã será o dia em que finalmente vou tomar a vacina contra a COVID-19, que me mantém preso em casa há mais de um ano.

Tenho lido e ouvido que mesmo após receber a vacina devo manter os hábitos de distanciamento social, devo continuar usando máscara em todas as ocasiões que sair de casa, assim como, devo manter os hábitos de higiene a que me acostumei ao longo desse ano de pandemia.

O que me preocupa muito é a respeito dos sinais. Como é que vou poder saber se a vacina vai fazer efeito? Vai inflamar? Vai doer? Vai me deixar alguma marca, como me deixou marca a da varíola. Será que vai pegar?

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