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Mostrando postagens de junho, 2021
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Hoje de manhã eu acordei, abri a janela do quarto e fiquei muito feliz de ver que o dia estava enevoado. Uma espessa camada de neblina não me permitia enxergar quase nada. Escondia, principalmente, o Sol com sua luz e seu calor plenos de vida.  Pode parecer estranho alguém ficar feliz com um dia nublado, mas acontece que, apesar de não ver o Sol, eu sei que ele continua firme em seu lugar, aguardando uma oportunidade de irradiar sua luz sobre nós. Mais do que isso, eu sei que pelo fato de o dia estar nublado, há grande probabilidade de ver o espetáculo de um arco-íris no céu assim que o Sol conseguir uma brecha e se mostrar para nós. Como mosaicista amador tenho especial carinho pela harmonia proporcionada pelas cores e não há nenhuma delas de que eu goste menos ou mais. Quanto maior a profusão cores, maiores as possibilidades de se retratar o mundo. Contrastes podem nos mostrar o quanto cada cor tem de beleza em si mesma, enquanto os dégradés nos indicam que entre uma e outr...
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  FARENHEIT 451 E O PICAPAU AMARELO          451 graus farenheit é a temperatura em que o papel se queima. Aproximadamente 228 graus celsius, a que estamos mais acostumados. É também o título do livro de Ray Bradbury, de 1953. Uma distopia em que os livros e toda forma de escrita são proibidos por um regime totalitário, que prende e manda para reeducação quem for flagrado lendo, e que queima as casas de quem possui muitos livros. A história foi magistralmente filmada em 1966 por Francois Truffaut e refilmada em 2018 por Ramin Bahrani. Em 1933, vinte anos antes do livro de Bradbury, o regime nazista da Alemanha promoveu a queima de milhares de livros de autores considerados inconvenientes pelo governo de Adolf Hitler, nos mostrando que a realidade pode ser pior do que qualquer ficção distópica. Quase dois milênios antes a Biblioteca de Alexandria foi incendiada e teve destruídas quase 40.000 obras. Mas, por que evocar esses dois acontecimentos reais ...
  VOA, FERNANDO   Há pouco mais de um mês a Tânia me disse que havia visto um beija-flor no quintal, mas que ele não havia ficado muito tempo, por causa do Zezinho, nosso gato. Passaram-se alguns dias e a ouvi toda excitada, na cozinha, dizendo que o bicho havia voltado e estava sugando o néctar das flores de um vaso que temos lá no fundo. Mais uma vez o quase onipresente Zezinho espantou o beija-flor, embora, não tenha sido essa, na verdade, sua intenção. O que ele queria mesmo era capturar o lindo colibri. Puro instinto de caçador. A cena se repetiu durante alguns dias, sem que em nenhuma das ocasiões eu conseguisse chegar a tempo de desfrutar o espetáculo do gracioso voo do pássaro multicolorido. O ilustre visitante nos levou a planejar a compra de alguns vasos a serem instalados bem no alto, de forma a que ele possa continuar a se alimentar das nossas flores, sem que o incansável Zezinho consiga alcançá-lo. Não houve sequer um dia, desde a primeira visita, em que...