RE(DES)ENCONTRO
O
primeiro (des)encontro havia ocorrido há muitos anos.
Foram
apenas alguns segundos muito intensos. Eram dois ônibus parados na entrada da rodoviária.
Um entrando, outro saindo. Em um, ele, chegando. No outro, ela, indo embora.
Aqueles poucos segundos em que seus olhares se encontraram acenderam em ambos
uma paixão infinda. Ela percebeu isso em si e nele. Ele percebeu isso em si e
nela.
O primeiro
impulso dele, foi ir à administração da rodoviária e perguntar para onde ia
aquele ônibus que acabara de sair.
O
tempo passou, suas vidas seguiram, viveram enlaces e desenlaces, mas sempre com
o sentimento de que haviam perdido alguma coisa muito importante. Nenhum dos
dois jamais esqueceu aquela paixão abrasadora.
Como o
tempo não cumpriu seu papel de acalmar seus corações, ambos resolveram, cada um
de seu lado, de buscar o objeto do seu desejo.
Sem
sequer preocupar-se com o que diriam as pessoas, ele anunciou a todos que iria
embora. Iria em busca de saciar aquela paixão. No dia seguinte estava na
rodoviária, ansioso para embarcar, com mil planos na cabeça, sobre o que faria
para encontrá-la. Não cabia em si de expectativa quando o ônibus começou a se movimentar.
Ela, tentou
porque tentou esquecê-lo, mas quando chegou à conclusão que isso jamais ocorreria,
avisou a todo mundo que iria embora. Fez as malas e dirigiu-se à rodoviária,
ansiosa para embarcar, com mil planos na cabeça, sobre o que faria para encontrá-lo.
Quando
o ônibus dela chegou à rodoviária da cidade dele, durante alguns instantes parou
na entrada. Ao mesmo tempo, um ônibus que saía, também parou.
Novamente
seus olhares se cruzaram.
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