43, 516, 2.243, 15.706, 376.944, 22.616.640, 1.356.998.400, NÃO HÁ SEGREDO

 

            Segundo nossos referenciais, 43 anos é muito tempo. Quando dizemos que algo aconteceu há 43 anos, a impressão que nos dá é que se trata de algo muito remoto, do qual até as lembranças são esmaecidas.

            São 516 meses; 2.243 semanas, que têm cada uma 7 dias, cada dia 24 horas, cada hora 60 minutos, que, por sua vez, têm 60 segundos cada. Os números vão se agigantando.

            Há 43 anos eu e a Tânia nos casávamos, sob a suspeita de que o casamento duraria muito pouco, já que havíamos nos conhecido apenas 2 meses e 16 dias antes de casar, foi em 7 de janeiro de 1979 que nos vimos pela primeira vez. Isso não dura 6 meses, disseram alguns. Não dou um ano, diziam os mais otimistas. São muito imaturos, onde é que já se viu casar em tão pouco tempo!

            Eu e ela, teimosos que somos, contrariamos todas as expectativas e estamos aqui, firmes e convencidos de que cada um dos 1.356.998.400 segundos dessa união valeu muito a pena ser vivido.

            Ainda ontem, numa conversa, alguém bem mais novo do que nós perguntou à Tânia qual era o segredo para que um casamento pudesse durar tanto tempo. Disse-me ela que a partir dessa pergunta a conversa estendeu-se mais um pouco, porque foi necessário explicar que não há segredo. Há na verdade uma conjunção de fatores que podem fazer com que as coisas aconteçam.

            Tolerância, paciência, capacidade de ceder, cumplicidade, companheirismo, vontade de querer estar junto, saber admitir os erros cometidos, aquilo que definimos como amor sem sabermos exatamente o que significa e, finalmente, fogo.

            Eu já escrevi certa vez e volto a afirmar que no início era uma paixão ardente e um amor nascente e que com o tempo aquele amor foi se sedimentado, solidificando, e hoje constitui a fundação mais sólida desse edifício chamado casamento.

            Quanto ao fogo da paixão, esse continua tão aceso e ardente quanto nos primeiros tempos.